sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Fraternidade


Durante o mês que permaneci no meu país, os meus antigos camaradas de armas, decidiram presentear-me com dois jantares de solidariedade e uma amizade genuína que apesar de já lá irem 35 anos, desde que regressámos de Angola, se mantém bem viva, como ficou bem patente nos dois referidos jantares. O que me admira, mas me faz muito feliz é que todos eles, depois destes anos todos, manterem o mesmo espírito da treta e brincalhão que sempre os caracterizou, sómente a idade mudou, de resto estão na mesma...ou piores!!!

No primeiro jantar em Vendas Novas, onde mora o meu amigo Facas, fui com o meu filho Ricardo e aproveitámos para tirar o dia e almoçar com o Facas no restaurante das piscinas. Primeiro precalço, o Facas contou-me que tinha sofrido um AVC que o vai impedir de trabalhar, mantendo-se na situação de pré-reforma. Apesar da gravidade do incidente, o meu amigo leva uma vida normal, não ficou com sequelas físicas e pelo menos junto dos amigos, mantém uma jovialidade que apraz registar. Apenas durante o relato do acontecido, vislumbrei algum abatimento, fiquei a saber que anda a fazer exames periódicos no Hospital de Évora e vai regularmente a Lisboa a uma consulta de psiquiatria. Á noite aparece o grosso do pessoal (gente que trabalha) jantar já marcado noutro restaurante e os abraços e as brincadeiras sucedem-se, recordamos histórias do passado, falamos da nossa vida presente, perguntamos pela família, nestes encontros não se fala de política, sabemos que há pessoal de todos os quadrantes políticos, apenas recordamos que havia isso sim um denominador comum na altura da guerra,....é que éramos todos contra a guerra, achávamos que não fazia sentido, um non sense, havia a consciência plena que apenas defendíamos interesses de meia dúzia de pessoas. A maioria do pessoal vem da área de Lisboa, mas há um que vem de Abrantes, não quis perder a oportunidade de convívio com os antigos camaradas. Despedimo-nos com a promessa de novo jantar antes do meu regresso ao Brasil. No regresso ao Barreiro já no carro, o meu filho surpreendido com a vivacidade dos cotas, diz-me que eles eram todos baris.


O último jantar decorreu no Barreiro num óptimo restaurante, os intervenientes foram práticamente os mesmos, mais dois, um de Lisboa e outro que veio de São Brás de Alportel para reviver momentos únicos e dar aquele abraço de solidariedade a todos. Fiquei emocionado, foi óbvio que o pretexto para os jantares foi a minha presença e a vontade que todos tiveram de me rever, pois há pelo menos 5 anos que não nos víamos. Nestes encontros há sempre uma alegria esfusiante, o recordar de velhas malandrices, por vezes também silêncios cúmplices. Para o ano há mais, ficou desde já aprazado, se possível com mais participantes, pois este ano a organização foi toda em cima da hora.

5 comentários:

sara disse...

Ah! é bom saber que para o ano então cá contamos com a sua presença novamente!
Foi um prazer conhece-lo finalmente Jorge. =)

Beijo,
Sara

Cidadão do Mundo disse...

Olá Sara ! obrigadinho pela visita! claro que vou estar aí com vocês no próximo ano e também gostei muito de te conhecer.

Beijinho!

filipe disse...

A amizade é, sem dúvida, um dos melhores bens na vida.
Abraço!

Ana Camarra disse...

Ainda bem!
A amizade é fundamental.

beijo

farfalho, o maltês disse...

É fartar vilanagem.