terça-feira, 4 de agosto de 2009

HAITI - ONU

Em entrevista, Henri Boisrolin dirigente do Comité Democrático Haitiano, critica a presença e actuação das tropas das Nações Unidas no Haiti. Para ele a ocupação do Haiti é um novo esquema de dominação, para sufocar a rebelião popular contra as péssimas condições de vida no país. 70% da população activa não tem emprego; a taxa de mortalidade infantil é de 80 em mil; a taxa de analfabetismo supera os 70% no campo e chega a 50% nas cidades. A expectativa de vida não chega aos 50 anos.

As tropas da ONU entre as quais há argentinos, uruguaios, chilenos e brasileiros operam repressivamente contra a população haitiana, razão pela qual existem inúmeras denúncias, que em geral ficam totalmente impunes.

Um dos casos documentados pelas organizações de direitos humanos, foi o massacre ocorrido na comunidade de Cité Soleil em 22 de dezembro de 2006, em que 10 mil pessoas pediam o regresso do ex-presidente Aristide ao país e a saída das tropas estrangeiras. Como resposta as forças da ONU mataram 30 pessoas, incluindo mulheres e crianças.

Tudo isto vem acontecendo sob uma capa de silêncio, generalizado a nível informativo. O Haiti não conta nas matérias de jornais e muito menos nas telas das televisões. O seu povo não conta nas estatísticas populacionais, mas apesar disso o seu povo não se resigna e segue na luta.

2 comentários:

Ana Camarra disse...

Tens a certeza?!
Os dignissimos orgãos de comunicação social não falam nisso...

Zorze disse...

Cidadão,

O Haiti é um País refém de muitos problemas, como tantos outros.
"Desnutrido" de riquezas naturais e sem interesse económico para a chamada comunidade internacional é votada ao abandono dos holofotes. Com uma taxa de analfabetismo brutal é um povo muito fácil de ser manipulado por oportunistas vendidos a interesses estrangeiros.
Também no seu povo, têm a questão dos "restavek", crianças vendidas pelos próprios Pais a outras famílias como servis para todo o serviço. A miséria entre si também é dinâmica.

Na zona do Caribe, sufocada pela pobreza e com muitos Países soberanos, é o maior comércio mundial de compra de votos de posição na ONU.
Diplomacias laterais?
A disputa mais feroz e conhecida é entre a China e a Formosa.

É o mundo insano em que vivemos.

Abraço,
Zorze